A spirulina ou espirulina é uma cianobactéria (e não uma alga, como ficou mundialmente conhecida) utilizada há milênios pela humanidade, devido à sua alta concentração de nutrientes – ela é um suplemento natural dos mais completos disponíveis na natureza.
Entre os benefícios da spirulina para a saúde, destacam-se a prevenção de doenças do coração, como infarto, aterosclerose e derrame. Além disso, a microalga também auxilia no tratamento da diabetes, da rinite alérgica e no ganho de massa muscular.
A spirulina é um superalimento comercializado na forma desidratada em comprimidos, cápsulas ou em pó e pode ser encontrado em lojas de produtos naturais e suplementos. A dose e forma de ingestão recomendada varia de acordo com a finalidade de uso do suplemento.
Alga ou bactéria?
Afinal, a spirulina é uma alga ou é uma bactéria? A resposta: nem uma coisa nem outra. Ela é uma cianobactéria.
Cianobactéria é um filo, pertencente ao domínio Bacteria. Nele, há organismos que não podem ser denominados nem como bactérias nem como algas, já que não são nem uma coisa nem outra: são apenas cianobactérias. A confusão com relação à spirulina se dá porque ela é popularmente conhecida como alga. É preciso lembrar que algas crescem em ambiente marítimo, e a spirulina é cultivada em água doce.
Outra diferença fundamental reside na divisão celular: cianobactérias são procarióticas, enquanto a maioria das algas é eucariótica ou eucariontes.
A ausência ou presença de carioteca ou cariomembrana (a parede que isola o núcleo celular, onde se encontra o DNA) é o que diferencia as duas classificações: eucariontes possuem carioteca, procariontes não possuem. Também não possuem mitocôndrias, plastídios, complexo de Golgi, retículo endoplasmático e todos aqueles termos exóticos que você era obrigado a decorar para as provas de biologia.
Mas calma, a confusão é baseada em estudos antigos, que classificavam a spirulina como alga (cianofícea), sim.
Ela possui características de células vegetais (presença de clorofila, fazem fotossíntese, parede celular com celulose) e de bactérias (material nuclear disperso no citoplasma).
Porém estudiosos perceberam a falta de parentesco entre essa bonitinha e as algas eucarióticas, que são como aquele primo mais sofisticado, sempre viajando para o exterior, que todo mundo tem. Por isso, a spirulina voltou ao seu posto de bactéria, o que não altera em nada seus benefícios nutricionais.
O que é e de onde vem?
Com forma espiral (daí o nome), pertence a um grupo de 1,5 mil espécies de plantas aquáticas microscópicas que crescem em lagos tropicais e subtropicais, diferentemente das algas, que costumam ser marítimas.
As águas desses lagos precisam ter pH elevado (alcalino, de 7 a 8), além da presença de carbonato e bicarbonato; ela se desenvolve plenamente em rios e lagos de pH entre 10 e 11, sendo que no Brasil, por exemplo, o ambiente ideal é o Pantanal.
As variações mais comercializadas são a Arthrospira maxima (América Central) e a Arthrospira platensis (África, Ásia e América do Sul); elas são bactérias que fazem fotossíntese, chamadas cianobactérias filamentosas flutuantes, e costumam viver em colônias com aparência de algas, por isso a confusão perdura até hoje. Outro fator para tal equívoco é que essas bactérias, atualmente do gênero Arthrospira, já foram classificadas oficialmente como do gênero Spirulina.
Sua cor azulada vem das ficocianinas; a clorofilina confere coloração verde; os carotenoides dão pigmentação laranja. Os astecas adicionavam spirulina às suas refeições, assim como algumas populações do Norte de África o fazem para suplementação alimentar. A spirulina foi introduzida e popularizada na alimentação ocidental por volta de 1980.
Melhorar a disposição
Por ser uma ótima fonte de proteínas, a spirulina fornece boas quantidades de energia para o organismo. Além disso, a microalga tem um efeito pré-biótico, fortalecendo as bactérias boas do intestino. Com a flora intestinal equilibrada, há uma maior produção da vitamina B6 que contribui diretamente para o aumento da energia e disposição.
Auxiliar no tratamento da anemia
A spirulina é fonte de ferro, um mineral fundamental para a produção de hemoglobina, um componente dos glóbulos vermelhos no sangue. Assim, a ingestão da microalga pode aumentar os níveis de hemoglobina no sangue, auxiliando no tratamento da anemia. A ingestão de 6 comprimidos com 500 mg de spirulina cada, divididos ao longo do dia, por 12 semanas, pode aumentar a produção de hemoglobina e melhorar a anemia [1]. Porém, o uso e a quantidade de spirulina deve ser orientado por um médico ou nutricionista.
Diminuir colesterol “ruim” e triglicerídeos
A ficocianina, o principal antioxidante presente na spirulina inibe a absorção de colesterol no intestino, diminuindo os níveis de gordura no sangue.
Além disso, outros antioxidantes presentes na spirulina, como betacaroteno e o ácido gálico também contribuem para a redução dos níveis de colesterol total, do colesterol “ruim”, o LDL, e triglicerídeos do sangue, prevenindo doenças como infarto, aterosclerose e derrame.
A suplementação com 4g de spirulina por dia, durante 6 semanas, pode ajudar a diminuir os níveis de triglicerídeos, de colesterol total e do colesterol LDL, além de aumentar o colesterol “bom”. no sangue. [2].
Prevenir e tratar a diabetes
A spirulina possui antioxidantes e gorduras poli saturadas em sua composição, promovendo a redução dos níveis de açúcar no sangue, ajudando a prevenir a diabetes e a controlar os níveis de glicose em quem tem a doença.
Estudos [2], [3] mostraram que a ingestão de 2g de spirulina por 21 dias a 2 meses ajudou a reduzir os níveis de glicose no sangue, auxiliando na prevenção e tratamento da diabetes.
Promover o ganho de massa muscular
Além de ser fonte de aminoácidos que auxiliam na manutenção e desenvolvimento de músculo, a spirulina ainda contém ácido γ-linolênico, uma gordura poli saturada que melhora a resistência e a força, necessários para treinos focados em ganho de massa muscular.
A spirulina também é fonte de antioxidantes que auxiliam na recuperação das fibras musculares após a prática de atividade física, sendo fundamental para o crescimento muscular.
Estudos [4], [5] indicaram que a suplementação de 6 a 7,5 g de spirulina durante 4 semanas, previne a perda de massa muscular, melhora o desempenho durante a atividade física e reduz o cansaço físico após os exercícios.
Aliviar sintomas de rinite alérgica
Por ter atividades anti-inflamatórias e estimulantes do sistema imunológico, melhorando a função dos anticorpos, a spirulina pode ser usada como um tratamento natural complementar para aliviar os sintomas da rinite alérgica. Estudos [6], [7] mostraram que a ingestão de 2g de spirulina entre 3 e 6 meses pode diminuir os sintomas da rinite alérgica como, coriza, espirros, nariz entupido e coceira.muscular.
Ajudar no emagrecimento
A spirulina é uma fonte de proteínas, além de ter boas quantidades de fibras que aumentam o tempo da digestão, promovendo a saciedade e ajudando na redução do consumo de alimentos.
Além disso, essa microalga tem poucas calorias e ainda tem boas quantidades de ácido γ-linolênico, um antioxidante que desempenha um papel importante no metabolismo e redução da gordura corporal.
Como tomar a spirulina
A spirulina está disponível em forma de pó, comprimido e cápsulas, podendo ser ingerida com um pouco de água ou adicionada aos alimentos, como sucos, molhos, frutas ou saladas.
Em geral, recomenda-se o uso de 1 a 10 g por dia, variando de acordo com o objetivo do tratamento.